Festa da Catalunha vira protesto pela independência e reúne milhares em Barcelona
Milhares de pessoas foram às ruas de Barcelona,
nesta segunda-feira (11), para a festa da Catalunha. Os manifestantes
aproveitaram a celebração para fazer uma demonstração de força do
separatismo catalão. A região prepara um referendo de autodeterminação,
previsto para 1° de outubro, e contestado por Madri.
Com informações de Anastasia Becchio
As imagens aéreas mostravam avenidas lotadas de manifestantes, onde as bandeiras separatistas tremulavam. Segundo informações divulgadas no início do protesto, dezenas de milhares participaram da mobilização.
Esta manifestação separatista acontece na "Diada" de 11 de setembro, o dia da Catalunha. A data é uma referência ao 11 de setembro de 1714, quando Barcelona caiu, após um longo cerco das tropas franco-espanholas do rei Felipe. Com o auge do separatismo, a data ganhou significado especial e, desde 2012, centenas de milhares de catalães tomam as ruas neste dia para reivindicar um referendo de autodeterminação, em meio a um mar de bandeiras nas cores vermelho, amarelo e azul.
"Esta não é uma Diada qualquer, é uma Diada muito importante", declarou na véspera o presidente regional, Carles Puigdemont, que lidera o movimento. É um dia "para nos projetarmos para o futuro, um futuro que temos em nossas mãos e que decidiremos democraticamente muito em breve", continuou, lembrando que "o governo (catalão) já tem tudo preparado para que, no domingo, 1º de outubro, os catalães possam ir votar".
Obstáculos jurídicos
Mas antes de ir às urnas, os catalães terão de superar os obstáculos da Justiça e do governo espanhol do conservador Mariano Rajoy, dispostos a impedir esse referendo convocado pelo executivo regional, apesar da proibição do Tribunal Constitucional (TC). Criticando o que qualificou de "ato intolerável de desobediência" na Catalunha, o chefe do governo pediu na semana passada ao Tribunal Constitucional para "anular" o decreto sobre a organização da consulta.
Vários recursos já foram apresentados para tentar impedir o voto, mas os separatistas não parecem abandonar o projeto. “O fato de que o governo catalão tenha dito que uma participação de 30% dos votantes já seria suficiente para justificar a validade do resultado, mostra que o pouco caso que o próprio governo catalão faz do referendo. Para ele, a independência já é como algo consumado. O voto seria quase como uma espécie de formalidade”, comenta Cyril Trépier, pesquisador no Instituto francês de geopolítica da Universidade Paris 8.
Porém, essa estratégia enfrenta uma oposição igualmente inflexível do lado do poder nacional, em Madri. A procuradoria espanhola já anunciou que vai lançar processos contra os dirigentes da Catalunha que participarem da organização do voto e os servidores se sentem cada vez mais pressionados.
A polícia nacional também está sendo mobilizada para tentar impedir o voto. “O governo catalão dispõe de uma tropa autônoma de 17 mil pessoas. Porém, mesmo se muitos são independentistas, eles são obrigados e se isentar e respeitar as ordens”, afirma Jean-Jacques Kourliandsky, do centro de pesquisas Iris. “Se o governo de Madri pedir uma intervenção dos policiais, ele tem que obedecer seus superiores e, nesse caso, trata-se do ministro do Interior da Espanha” e não da Catalunha, comenta o especialista.
As imagens aéreas mostravam avenidas lotadas de manifestantes, onde as bandeiras separatistas tremulavam. Segundo informações divulgadas no início do protesto, dezenas de milhares participaram da mobilização.
Esta manifestação separatista acontece na "Diada" de 11 de setembro, o dia da Catalunha. A data é uma referência ao 11 de setembro de 1714, quando Barcelona caiu, após um longo cerco das tropas franco-espanholas do rei Felipe. Com o auge do separatismo, a data ganhou significado especial e, desde 2012, centenas de milhares de catalães tomam as ruas neste dia para reivindicar um referendo de autodeterminação, em meio a um mar de bandeiras nas cores vermelho, amarelo e azul.
"Esta não é uma Diada qualquer, é uma Diada muito importante", declarou na véspera o presidente regional, Carles Puigdemont, que lidera o movimento. É um dia "para nos projetarmos para o futuro, um futuro que temos em nossas mãos e que decidiremos democraticamente muito em breve", continuou, lembrando que "o governo (catalão) já tem tudo preparado para que, no domingo, 1º de outubro, os catalães possam ir votar".
Obstáculos jurídicos
Mas antes de ir às urnas, os catalães terão de superar os obstáculos da Justiça e do governo espanhol do conservador Mariano Rajoy, dispostos a impedir esse referendo convocado pelo executivo regional, apesar da proibição do Tribunal Constitucional (TC). Criticando o que qualificou de "ato intolerável de desobediência" na Catalunha, o chefe do governo pediu na semana passada ao Tribunal Constitucional para "anular" o decreto sobre a organização da consulta.
Vários recursos já foram apresentados para tentar impedir o voto, mas os separatistas não parecem abandonar o projeto. “O fato de que o governo catalão tenha dito que uma participação de 30% dos votantes já seria suficiente para justificar a validade do resultado, mostra que o pouco caso que o próprio governo catalão faz do referendo. Para ele, a independência já é como algo consumado. O voto seria quase como uma espécie de formalidade”, comenta Cyril Trépier, pesquisador no Instituto francês de geopolítica da Universidade Paris 8.
Porém, essa estratégia enfrenta uma oposição igualmente inflexível do lado do poder nacional, em Madri. A procuradoria espanhola já anunciou que vai lançar processos contra os dirigentes da Catalunha que participarem da organização do voto e os servidores se sentem cada vez mais pressionados.
A polícia nacional também está sendo mobilizada para tentar impedir o voto. “O governo catalão dispõe de uma tropa autônoma de 17 mil pessoas. Porém, mesmo se muitos são independentistas, eles são obrigados e se isentar e respeitar as ordens”, afirma Jean-Jacques Kourliandsky, do centro de pesquisas Iris. “Se o governo de Madri pedir uma intervenção dos policiais, ele tem que obedecer seus superiores e, nesse caso, trata-se do ministro do Interior da Espanha” e não da Catalunha, comenta o especialista.
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